sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Primeira tiragem de livro mais caro do mundo esgota

"Daniela Fernandes - 24/09/2008 02:59"

"Primeira tiragem de livro mais caro do mundo esgota

Cada exemplar de 'Michelangelo - La Dotta Mano' custa R$ 265 mil.
A primeira tiragem do livro contemporâneo mais caro do mundo, Michelangelo - La Dotta Mano (Michelangelo - A Mão Sábia, em tradução literal), que custa 100 mil euros (R$ 265 mil), se esgotou cerca de um mês após seu lançamento. Os 33 exemplares foram vendidos a colecionadores particulares europeus e americanos.
Outros 33 livros da edição - que será limitada a 99 exemplares - já estão sendo fabricados. Cada unidade leva entre três e seis meses para ser produzida em razão do processo artesanal que resgata as técnicas utilizadas na época do Renascimento italiano.
Publicado pela editora italiana FMR, por ocasião dos 500 anos do início do trabalho de Michelangelo nos afrescos da Capela Sistina, no Vaticano, o livro sobre a vida e obra do artista pesa 24 quilos.
A capa do livro contém uma réplica em mármore da escultura Madonna della Scala, uma das primeiras obras de Michelangelo, realizada quando ele ainda era adolescente.
A reprodução da escultura foi realizada com mármore do tipo carrara proveniente da mesma pedreira, Il Polvaccio, onde Michelangelo costumava adquirir o material para suas obras.
O veludo de seda que cobre a capa é confeccionado em teares antigos, capazes de produzir apenas oito centímetros de tecido por dia.
O luxuoso papel, em puro algodão, é produzido à mão, fibra por fibra. A encadernação também é toda feita à mão e costurada página por página.
Obra de arte
A presidente da FMR, Marilena Ferrari, afirma que os livros da coleção Book Wonderful representam uma maneira de reagir à ameaça de desaparecimento do livro impresso, causada pela internet.
Considerado uma verdadeira obra de arte, o livro reúne 45 gravuras de desenhos e documentos do artista italiano, além de 83 fotos originais das esculturas de Michelangelo feitas pelo fotógrafo Aurelio Amendola.
O texto foi escrito por um amigo de Michelangelo, o pintor e arquiteto italiano Giorgio Vasari, do século 16, conhecido por suas biografias de artistas italianos.
Outros 33 exemplares serão destinados a museus do mundo todo, como o Prado, em Madri, que já recebeu a obra.
Vários ateliês de artistas e artesãos trabalharam na realização do livro, entre especialistas em encadernação, impressão gráfica, caligrafia, fotolitogravuras, entre outros.
Mais projetos
Michelangelo - La Dotta Mano é o primeiro livro da coleção Book Wonderful, da FMR.
O segundo, sobre o escultor italiano Canova, será lançado em janeiro próximo.
Um outro, sobre a rainha francesa de origem italiana Catarina de Médicis, será totalmente escrito à mão e terá apenas cinco exemplares, que não serão vendidos.
Para o projeto do livro sobre Catarina de Médicis, a FMR precisou criar escolas de caligrafias e trabalhos em miniaturas.
O primeiro exemplar dessa obra deve ficar pronto no final deste ano e servirá como uma amostra do trabalho de resgate das técnicas renascentistas desenvolvido pela editora.
A presidente da FMR afirma que irá percorrer o mundo para mostrar essa obra.
Segundo ela, a iniciativa tem o objetivo de "mostrar e preservar as origens da produção italiana".
Além da sede em Bolonha, na Itália, a editora possui escritórios em Paris, Madri e Nova York, onde a obra pode ser vista.
A única livraria da FMR no mundo está em Paris, na Galérie Véro-Dodat.
Os livros da coleção terão garantia de 500 anos.
"A composição do papel e dos demais materiais foi pensada pelos artesãos para resistir ao tempo", diz Ferrari.
O luxuoso papel não contém ácidos nem derivados de clorina, que causam a deterioração do material com o tempo.
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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Andrea Brandani na mostra internacional e itinerante "Dai Graffiti alla Pittura"

Andrea Brandani "na mostra Dai Graffiti alla Pittura até 21/9 Centro Cultural Recoleta - Buenos Aires - Argentina. A mostra street art, intitulada em italiano Dai Graffiti alla pittura, iniciou sua jornada itinerante pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, onde ficou em cartaz de 18/1 a 17/2. De lá, seguiu para a Argentina, onde está sendo exibida atualmente (de 6 a 21/9) no Centro Cultural Recoleta, de Buenos Aires. Na sequência, ela será levada, ainda este ano, para a Espanha e a Itália, e no próximo ano para os Estados Unidos da América, onde será exibida no MOMA (Museum of Modern Art) de Nova Iorque, concluindo a itinerância na Bienal de Veneza.A mostra é composta por dois segmentos de artistas: um que é fixo e conta com a participação de 11 artistas italianos, mais o brasileiro Andrea Brandani; e outro que é variável e conta com a participação especial de 10 artistas locais de cada país hospedeiro, todos selecionados pelo marchand de trânsito internacional, Pier Paolo Cimatti, e pelo critico de arte italiano, Vitorio Sgarbi, muito conceituado em toda a Europa. Coerentemente com a sinalização do nome da mostra "Do Grafite à Pintura", todos os participantes são artistas que começaram sua carreira grafitando nas ruas das grandes metrópoles e depois se tornaram pintores, migrando para as galerias de arte, com exceção de Andrea Brandani que, percorrendo trajetória diferenciada, não abandonando a pintura, que ele vive full time, incorporou a grafitagem ao seu fazer artístico diário, como bem testemunham os seus já famosos elefantes grafitados por toda Ipanema e também em outros bairros. "Intervenção", aliás, que o qualificou e lhe rendeu, por parte do meio artístico e da mídia, a afetuosa referência "Homem Elefante".Paralelamente, Andrea se dedica também à criação de grandes esculturas "totêmicas", em que aproveita troncos de árvores ressecadas, que se encontram ao longo da Rua Vinícius de Moraes - do mar à Lagoa -, em Ipanema, onde mora e mantém seu atelier. Um resgate e uma revitalização, uma re_significação que, transcendendo sua destinação à deterioração e ao lixo, lhes confere sobrevida artística, acorde com o espírito dos eco-tempos. Os moradores da Vinícius, de Ipanema e da cidade maravilhosa do Rio de Janeiro reconhecidos agradecem. Afinal, a arte começa em casa. Depois se esparrama pelo mundo.Falar em mundo, as criações de Andrea, em oferta no mercado europeu de arte, alcançam valores impensáveis no deprimente e deprimido cenário nacional, com sua crônica falta de espaços expositivos e a mínima valoração dos artistas. Santo de casa não...? Quem sabe, um dia, quando o Brasil deixar finalmente de ser colônia e se tornar matriz geratriz de arte e de cultura?!"
Texto original de Alexandros Papadopoulos Evremidis: www.rioartecultura.com
Conheça melhor a arte de Andrea Brandani